segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Crise está distante do consumidor, diz Provar

Instituto divulga pesquisa apontando que o mercado varejista está otimista para as vendas durante o Natal. Leia mais!

Apesar da instabilidade econômica e da atual crise financeira, pesquisa realizada pelo Provar (Programa de Administração de Varejo) da Fundação Instituto de Administração (FIA) apontou projeção otimista para o mercado varejista neste Natal.

O levantamento, realizado em parceria com a Felisoni Consultores Associados, analisou (entre 15 e 24 de setembro) dez categorias de bens de consumo e aferiu as intenções de compras e gastos de 500 consumidores de São Paulo para o último trimestre deste ano.

Segundo os índices, 26,2% dos consumidores não pretendem realizar compras. Já no mesmo período de 2007, 38,8% dos consumidores pesquisados não tinham interesse em comprar.

“O levantamento mostra que o percentual para este ano foi bem menor se comparado a 2007. Isso revela maior otimismo. A pesquisa que realizamos, mais do que quantificar, aponta justamente alguns indícios importantes como a confiança do consumidor no mercado”, explicou Claudio Felisoni de Angelo, idealizador e presidente do conselho do Provar.

Conforme Felisoni, apesar das notícias alarmantes, a crise está distante dos consumidores devido às características da atual economia brasileira. “De modo geral, nosso sistema econômico está ‘bem melhor aparelhado’. Há estabilidade de emprego, os índices de inflação estão aquém da meta. E, no final do ano, há maior disponibilidade de renda para o consumidor. A partir de janeiro, no entanto, vamos enfrentar condições adversas devido às restrições de crédito, menor disponibilidade de recursos e aumento das taxas de juros”, argumentou Felisoni.

Segundo o presidente do conselho do Provar, as vendas para o Natal deverão crescer, em média, de 8% a 10%. Em 2007, de acordo com Felisoni, o varejo cresceu no mesmo período 9,5%.

Compras à vista

De acordo com o estudo, a utilização de crédito para a aquisição de produtos apresenta algumas quedas na maioria dos dez segmentos pesquisados desde o primeiro trimestre de 2008. Para a compra de produtos de informática, por exemplo, 56,1% pretendem utilizar o crediário até dezembro. No entanto, nos meses de janeiro, fevereiro e março, 80,5% pretendiam usar crediários. Nos três meses seguintes, a estimativa caiu para 67,9%. Depois, houve crescimento na utilização do sistema para 72,5%, porém, o estudo revela queda de 16,4% para este Natal. “Houve aumento da taxa de juros de 46,6% para 52,1% nos meses de agosto de 2007 e 2008, mas também cresceu o prazo médio de pagamento de 414 dias para 473 neste mesmo período. No entanto, os dados mostram que, se possível, o consumidor tem interesse de pagar por seus produtos à vista”.

Entre as categorias avaliadas, a informática apresenta o maior índice de intenção de compra, com 13,2%. Na segunda posição vêm cine e foto (que inclui câmeras digitais e produtos relacionados) com 12,8%, seguida dos eletroeletrônicos com 11% e de telefonia e celular com 10,6%. O levantamento também apresenta desaceleração do segmento automotivo, com apenas 6,2% de intenção de compras para o final do ano. “A explicação para a expansão da categoria informática se deve à inclusão digital das classes C e D”, disse.

Outro fator apresentado pelo levantamento é que, apesar do aumento da inclusão digital e dos constantes avanços tecnológicos, 79% dos consumidores ainda não realizam compras pela internet. “Essa é uma questão cultural. Mesmo assim, o índice é 13% maior que 2007 e as lojas, inclusive, já estão priorizando a internet como canal de vendas”.

Fonte: PropMark

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